O que encontramos? Salas abarrotadas, sistema falido onde a quantidade supera em muito a qualidade, nossos sonhos vão ficando para traź, nossa prática muito pouco tem a ver com o aprendido nos anos estudados. Aprendemos no fazer que não somos apenas professores, somos mais. Somos o sonho de muitos, matamos os sonhos de outros tantos, não somos professores, somos mais.
Surge ai um dilema, adotamos uma nova postura ou aderimos ao que estamos vendo? Sermos tão somente professores, exercermos a nossa profissão como qualquer profissional não é mais possível. Quando relutamos a encarar e aceitar essa nova realidade que encontramos, adoecemos, surgem conflitos que muitas vezes nos levam a agredir alunos e familiares do mesmo. Fácil culpar os pais, culpar o aluno, culpar o sistema. E nós? conhecemos realmente a realidade de nossos discentes? Conhecemos sua formação familiar, visitamos sua casa, conhecemos seu caráter ou nos limitamos a rotulá-lo como problema, debochado, incapaz de aprender?
Temos alunos das mais variadas classes e formações, devemos aceitá-los como nos chegam, o diagnóstico tem que ser preciso, a partir dai sermos capazes de mais do que aproveitar suas qualidades, transformarmos aquilo que não é bom em algo melhor. O aluno é debochado, "bate de frente" conosco? Nos desafia? Que bom, pior se fosse quietinho, boa praça, infelizmente esse é o aluno que muitos querem. Prefiro os outros, prefiro os "problemas", prefiro o que me ofende, esse precisa de mim, não apenas do professor, mas do ser humano, que também tem problemas, que também carrega sua história. que aprende a cada dia. Quer ter trabalho fácil? não seja professor, professor é muito mais que lecionar o conteúdo, ser professor muitas vezes é caminhar no terreno tão inseguro das emoções, é ser equilibrista do humor. Se não formos assim, se insistirmos em alunos "quietinhos", vamos nos ferir, melhor mudar de profissão.
SER PROFESSOR É MAIS QUE PROFISSÃO É DOM. É SOFRIMENTO, É DOAÇÃO.